domingo, 7 de junho de 2015

Eu, eu mesma e este ser

Eu percebo que tudo está bem quando não estou apaixonada. Sim, tomei um toco recentemente. Escrevi cartas de amor, me joguei no chão, chorei ouvindo música triste, bebi para esquecer, li autoajuda, desci paredes com as costas no melhor estilo novela mexicana. Achei que a vida era injusta. Desci até o fundo do poço. Sim, postei indiretas no Facebook. Fiz tudo isso. Sim, sou ser humano. E só depois desta tempestade, estou bem.

Eu preciso muito disso. Preciso do drama, preciso do choro, preciso do isolamento, da pena alheia, do sofrimento "Maria do Bairro", dos olhares de "Vai dar tudo certo". Preciso inclusive de uma nova religião. Busca da fé, sabe como é. Intensidade velocidade 10, tipo funk.
Fora os projetos que surgem depois das minhas tempestades amorosas . Correr a São Silvestre foi uma deles.

E depois disso tudo, quando faço minha primeira piada com o homem que despedaçou meu coração, sei que vai ficar tudo bem, sempre fica.

Hoje cedo lembrei do quanto ele era babaca em algumas coisas, e o quanto isso me irritava. Mas não vou gastar energia listando essas coisas porque é perda de tempo. Já foi. O universo levou.

Vi um episódio da bíblia feminina "Sex and the City" que a gente demora metade do tempo que ficamos com a pessoa para esquecê-la. Não sei se é verdade, mas funciona comigo.

E, quando estava apaixonada, este ser iluminado não tinha defeitos. Manja o "O cara não peida nem caga?". Porque são seres divinos, claro. E a paixão só acaba quando este ser magnífico desce do Olimpo e você percebe - SIM, ELE CAGA! Faz tudo como qualquer outro ser humano.
Então decidi que toda vez que eu colocar alguém em qualquer pedestal, vou lembrar que esta pessoa também caga. Que não merece um lugar mais alto que o meu na cadeia alimentar.
A paixão desumaniza as pessoas, elas viram semi-deuses. Isso é bem ruim.

Paixão é um troço bom, e viciante. Sou uma eterna apaixonada. Mas devo admitir que gosto muito mais de mim quando estou num relacionamento sério comigo mesma.
E tem que ser assim. O próximo vai ter que entender esta bigamia. Não termino comigo mais. Vai ter que ser um relacionamento à três: Eu, eu mesma e este ser que caga.