quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Entre borrachas e apontadores

As pessoas da década de oitenta devem lembrar da música que dá título ao texto.
Acho que foi esta a sensação ao mexer no baú das recordações.
Sabe aquela caixa em que as pessoas guardam o primeiro bilhete, a flor murcha que ganhou na adolescência, os diários e afins? Era nela que eu mexia quando lembrei da música.

Começar o ano novo remexendo no passado chega a ser engraçado. Por mais que as coisas se renovem, é sempre bom lembrar do passado. Principalmente das coisas boas.

Li um trecho do meu diário de 1996. A caneta era rosa com brilho:

"Não sei o que acontece. Ele não me ligou até agora. Não consigo parar de olhar para o telefone. Tenho medo de sair de casa e ele ligar".

Bom, se na época eu tivesse celular, a história seria contada de forma diferente.

O mais curioso é que se eu não tivesse voltado umas três páginas, não saberia quem era o tal ele que eu falava.

Em 1998 o ele já era outro.
Os anos foram passando e o tal ele foi mudando.

E depois de tantos eles, é cômico pensar o quanto sofria e achava que a vida não teria sentindo sem algum dos eles.

Faz quatro anos que não tem nenhum ele na minha vida.
De certa forma sinto falta da coisa adolescente, que por mais que envelheçamos, sempre existirá. Afinal de contas, a paixão é, e sempre será, um sentimento juvenil.

E para quem não lembrou da música, eis um trecho:

Entre borrachas e apontadores
Mora o meu grande amor
Colei seu nome com várias cores
No livro que ela me emprestou
Mandei mil balas e mariolas
Roubei as flores todas do jardim
Eu faço tudo na minha escola
Pra ver se ela gosta de mim